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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Bisfenol na mamadeira. E eu com isso???

Ha um bom tempo, a Europa e os Estados Unidos aboliram a comercialização de mamadeiras fabricadas com plásticos contendo Bisfenol-A (BPA) e Ftalatos (substâncias químicas com características de xenoestrogênios). No momento, estão retirando estas substâncias de outros utensílios utilizados por crianças (pratos, copos, talheres...) além de algumas empresas já estarem produzindo vários produtos SEM bisfenol. Mas o que isso tem a ver com os adultos (e, claro, com as crianças)?


Existem várias substâncias químicas utilizadas pela indústria de manufaturas que afetam e intoxicam diretamente os seres humanos e contaminam a natureza prejudicando o processo reprodutivo e evolutivo da Fauna. Estas substâncias, conhecidas como xenoestrogênios, tem a capacidade de mimetizar hormônios em nosso organismo, agindo de forma parecida, mas nunca idêntica, com alguns de nossos hormônios, e portanto produzindo efeitos imprevisíveis em nosso corpo. Bisfenol-A é uma delas e posteriormente, escreverei mais sobre o assunto xenoestrogênio abordando outras substâncias potencialmente perigosas. Mas apenas para citar algumas e deixar vocês curiosos sobre o assunto: alumínio, agrotóxicos, branqueadores, detergentes, plásticos, maquiagem, protetor solar, desodorante antitranspirante e outros. Entre os efeitos que estas substâncias podem induzir estão o câncer, envelhecimento, problemas neurológicos, problemas reprodutivos, apenas para citar alguns. O contato com xenoestrogênios AUMENTA a chance de ocorrer uma anomalia. Assim como fumar não garante um câncer, o contato com plásticos também não é 100% garantia de ocorrer um, mas as chances estatísticas aumentam.
De acordo com o artigo abaixo, em Março/2012 o FDA tem que dar uma posição sobre as embalagens plásticas de bebidas e alimentos e o BPA. Mas não dá para esperar isso chegar ao Brasil e ser imitado pela ANVISA, especialmente porquê, provavelmente, ao ser proibido no exterior, a indústria química irá descarregar seus estoques nos paises onde se pode comprar facilmente deputados e senadores para "segurarem" a onda, provavelmente isso não ocorrerá no Brasil, não é mesmo?.

Em minha casa já eliminei mais da metade dos "tupperwares" e outros.
O que fazer para se evitar o contato com o BPA?
- Troque embalagens plásticas pelas de vidro, garrafas de vidro, etc. Jogue fora recipientes de plástico, principalmente de origem ou aparência duvidosa;
- NUNCA aqueça qualquer alimento em embalagens plásticas (ou pratos plásticos) no microondas; ácidos e temperatura elevada favorecem a liberação de ftalatos. Só utilize cerâmica e vidro no microondas;
- Copos descartáveis de água ou cafezinho (lembre-se que o café é quente...) devem ser evitados;
- Se possível, consuma bebidas em garrafas de vidro (nunca se sabe quanto tempo a garrafa plástica ficou sob o Sol no caminhão de entregas...);
- Cuidado também ao embalar alimentos em alumínio e/ou plásticos. O melhor é papel manteiga.
- Olhe os símbolos estampados no plástico e escolha os que digam PVC Free ou Livre de PVC;
- Evite os que tenham o seguinte símbolo, que indica PVC:

- Compre apenas produtos plásticos BPA Free.

Principalmente as suas crianças, agradecerão!

Abaixo reproduzo uma matéria publicada pela Life Extension Organization, compilada e traduzida por mim.

BPA: uma ameaça à saúde que é difícil de evitar
Annie Siebert  -  Pittsburgh Post-Gazette  -  19 de dezembro 2011.
No que diz respeito ao crescimento do uso de bisfenol A, ou BPA, em produtos de consumo que vão desde garrafas de água para latas de alimentos, já existe uma preocupação que seja reduzido gradativamente.Mas isso não significa que o americano médio pode passar um dia sem a exposição ao BPA, um produto químico que pode causar uma série de problemas de saúde, incluindo problemas reprodutivos, câncer, diabetes, doenças cardiovasculares, obesidade e problemas de comportamento. Em 2003 uma pequisa nacional realizada nos Estados Unidos pelo U.S. Centers for Disease Control and Prevention encontrou níveis detectáveis ​​de BPA em 93% das 2.517 amostras de urina deindivíduos maiores de 6 anos.Este produto químico está contido em plásticos de policarbonato, tornando-os resistentes e leves em comparação com vidro. Incluem-se também em algumas embalagens de alimentos e bebidas, CDs, equipamentos resistentes ao impacto e dispositivos médicos. BPA também é utilizado em resinas epóxi para revestimento de produtos de metal, como latas de alimentos, tampas de garrafas e tubos de encanamento de água. De acordo com o Instituto Nacional de Saúde Ambiental, alguns selantes dentários e seus compostos podem também serem adicionados a lista de exposição ao BPA.BPA é freqüentemente encontrado em recibos de papel térmico (estes de maquininhas de cartão de crédito e registradoras de supermercados). As pessoas muitas vezes dobram estes recibos em bolsos, carteiras ou bolsas ao lado do papel-moeda, contaminando o dinheiro com o químico, de acordo com um estudo publicado na revista Environmental Science & Technology, em setembro de 2011. Kurunthachalam Kannan, pesquisador do Wadsworth Center no New York State Department of Health e um dos autores do estudo, observou 52 amostras de papel-moeda de 21 países e que todos estavam contaminados com BPA. 
A maior concentração, de 82,7 microgramas por grama, foi encontrado no Brasil. 
Estes recibos muitas vezes são jogados e reciclados juntamente com os papéis normais.

"BPA entra no processo de reciclagem de papel, que contamina muitos dos outros produtos de papel", disse ele.Kannan descobriu que o BPA foi encontrado em nível de miligramas por grama em papel de recibo térmicos, mas somente em microgramas por grama em itens reciclados, como papel higiênico, toalhas de papel, guardanapos de papel e jornais."Os níveis são mais baixos do que nos papéis térmicos de recibos", disse ele.Embora os níveis de BPA sejam significativamente menores em produtos feitos com papel reciclado, ainda é uma preocupação, disse Kannan.Já um estudo da Escola Harvard de Saúde Pública olhou para outra fonte potencial de exposição diária para os americanos: o alimento enlatado.O estudo liga o consumo de sopa enlatada a níveis elevados de BPA. Amostras de urina dos participantes que consumiram a sopa enlatada mostrou um aumento de 1.221 por cento no BPA em comparação com aqueles que consumiram a sopa fresca.Observa-se que fabricantes estão começando a retirar BPA de mamadeiras de plástico, garrafas de água e outros itens, mas estamos muito longe de ficarmos livres de BPA, e limitar o consumo de alimentos enlatados é uma maneira de reduzir a exposição.Um estudo de longo prazo publicado no mês passado na revista Pediatrics olhou para a exposição ao BPA no útero e como isso pode afetar o comportamento das crianças.Estudos em animais indicaram que a exposição ao BPA pode causar problemas comportamentais, observou Joe Braun, pesquisador da Escola de Saúde Pública de Harvard e principal autor do estudo.O estudo acompanhou um grupo de mulheres a partir do segundo trimestre de gravidez até oitavo ou nono aniversário da criança. Durante a gravidez, as mulheres foram entrevistadas duas vezes para obter informações demográficas e as concentrações de BPA no sangue e urina foram medidos. Então, a cada ano, as crianças se reuniriam com os pesquisadores, para testes comportamentais e colher amostras de sangue e urina. O comportamento das crianças foi medido utilizando escalas com base no relato das mães. Elas relataram problemas como dificuldade para ficar sentado, tendo que ser ajudado muitas vezes, ou relatando sobre ser triste ou deprimido, Braun informou, que a medida utilizada é uma "escala de valor confiável" e que pode fornecer uma evolução contínua de comportamento.Os pesquisadores descobriram que a cada aumento de 10 vezes na concentração do BPA urinário da mãe durante a gestação foi associado com um aumento de cerca de 10 pontos na escala de medição de dificuldades comportamentais, mas apenas em meninas.Meninos, por razões desconhecidas para os pesquisadores, mostraram comportamentos menos hiperativo, Mr. Braun disse.Estudos em animais têm mostrado, embora não de forma consistente, que o BPA pode afetar comportamentos de forma diferente em homens e mulheres porque o BPA age como um hormônio, e os hormônios são importantes para o desenvolvimento do cérebro, disse Braun (além de poderem agir de forma diferente em sexos diferentes).O National Resources Defense Council apresentou uma petição junto ao Food and Drug Administration nos EUA em fevereiro de 2008 solicitando a proibição de BPA em todas as embalagens que possam entrar em contato com alimentos. Como a agência não respondeu, o NRDC entrou com uma ação pedindo ao tribunal para intervir e exigir que o FDA respondesse ao órgão.Em 07 de dezembro último (2011), com a pressão do NRDC, o FDA assumiu o compromisso de decidir até 31 de março (2012) se o BPA deve ser banido do uso em alimentos e embalagens de bebida.Nesse meio tempo, como pode o consumidor médio evitar entrar em contato com o BPA?Kannan diz que as pessoas que trabalham como caixas e entram em contacto com papel térmico de notas e recibos ao longo do dia, deveriam usar luvas."A solução ideal seria parar de usar BPA em papéis térmicos", disse ele, ou lavar as mãos.
Livrar sua casa de plásticos contendo BPA pode ser mais fácil do que evitar recibos. Para determinar se um recipiente de plástico contém BPA, olhe para o fundo do recipiente. Um "7" dentro do símbolo de reciclagem significa que ele PODE conter BPA. Se existe um "PC" abaixo do símbolo de reciclagem, definitivamente contém BPA, Carwile disse.


(Nota do autor do blog: cuidado, pois outros plásticos (outros números) também podem conter BPA... O ideal é encontrar o símbolo mostrado acima: "BPA Free". )

As pessoas tem que procurar opções melhores do que alimentos em lata, mas que sejam saudáveis."Eu certamente não gostaria que as pessoas mudassem a alimentação de vegetais enlatados ... para cheeseburgers", completou.

Annie Siebert: asiebert@post-gazette.com ou 412-263-1613.
 ___(C) 2011, Pittsburgh Post-Gazette.
Visite o Pittsburgh Post-Gazette em www.post-gazette.com

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